EDITOR: Edgar Olimpio de Souza (O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

 

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Um encenador genial

O diretor teatral argentino Victor Garcia (1934-1982) marcou o teatro em São Paulo nas décadas de 1960 e 1970.

Quem não viu espetáculos cultuados como Cemitério de Automóveis (1968), de Fernando Arrabal, e O Balcão (1969), de Jean Genet, e/ou quer saber mais sobre a trajetória dessa figura de prestígio internacional, pode ler a sua biografia, escrita pelo jornalista e crítico de teatro Jefferson Del Rios.

Lançado recentemente, o livro O Teatro de Victor Garcia – A vida sempre em jogo (Edições Sesc SP, 288 páginas) é resultado de mais de uma década de pesquisa e apresenta um retrato multifacetado do artista.  

A leitura resgata dezenove anos de encenações realizadas por ele em oito países de três continentes de distintos idiomas, culturas e tradições cênicas.

“Por seu temperamento errante, sem fim dramático, ele corre o risco de ser esquecido e virar apenas uma lenda, quando foi o artista da América Latina da  estatura dos grandes encenadores mundiais, como Peter Brook, por sinal, seu admirador”, conta o autor.

A obra se divide em duas partes: um levantamento minucioso da carreira e da sua vida pessoal e uma série de depoimentos e testemunhos de familiares, amigos e artistas sobre o biografado. 

No Brasil, ele dirigiu, entre outros, Ruth Escobar, Raul Cortez, Célia Helena, Sérgio Mamberti, Stenio Garcia e Ney Latorraca.

“Victor ensaiava muito pouco, não dizia nada, mas a energia que ele passava trazia vibração, o sentimento de estar lidando com uma pessoa profundamente especial”, disse Raul Cortez (1932-2006).

“Só no Brasil, que felizmente está aberto para o imprevisível e a criatividade, seria possível realizar a montagem de O Balcão”, comentou o crítico Sábato Magaldi.

Para surpresa de Del Rios, parte expressiva do público que compareceu ao lançamento oficial da biografia era formada por jovens. 

“Em plena ditadura militar, ele nos mostrou que o espetáculo, qualquer um, é uma luta contra o medo e a obediência”, finaliza.   

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