EDITOR: Edgar Olimpio de Souza (O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

 

  • Font size:
  • Decrease
  • Reset
  • Increase

O singular Mário Lago

Ele nasceu em família de músicos, foi vizinho do compositor Heitor Villa-Lobos, compôs o clássico (em parceria com Ataulfo Alves) Ai, que saudades da Amélia, cujos versos se eternizaram: “Amélia não tinha a menor vaidade / Amélia é que era mulher de verdade”.

Na televisão, entre outros trabalhos, interpretou o personagem Sebastião na novela Selva de Pedra (1972), fez a narração de O Bem Amado (1973) e encarnou o médico Molina em Barriga de Aluguel (1991).

O ator, escritor, poeta, compositor e militante comunista Mário Lago (1911-2002) foi um dos nomes fundamentais da cultura brasileira.

Por isso ganhou uma merecida e oportuna exposição, que resgata a sua obra e dimensiona sua importância.

Eu Lago Sou - Mário Lago um homem do século 20, que tem curadoria de Mário Lago Filho, ocupa o Mube - Museu Brasileiro da Escultura (Avenida Europa, 218, Jardins) de 26 de fevereiro a 22 de março, após passar pelo Rio de Janeiro, Brasília e Recife.

A mostra reúne imagens, frases e versos autobiográficos, cartazes, cenas de novelas e peças teatrais, manuscritos, capas de livros e discos, além de figuras e cenários da boemia carioca, amigos, família e troféus.

Em registro audiovisual, o ator Lima Duarte fala sobre a amizade e inicio da carreia ao lado de Mario Lago.

Outro registro mostra Roberto Carlos cantando Ai, que saudades da Amélia em dueto com o homenageado, no especial televisivo de 1991.

A exposição foi montada de modo que o visitante sinta que está sendo guiado pelo próprio artista, no papel de anfitrião.

Nesse passeio cronológico, que contextualiza os momentos pelos quais ele passou, é possível se deparar com episódios históricos.

Entre eles, a Segunda Guerra Mundial, retratada por caricatura de J Carlos, e o Golpe Militar de 1964.

O público ouvirá trechos de programas de rádio das décadas de 1940 e 1950 e verá imagens da novela Dancing Days e das séries O tempo e o vento e Hilda Furacão.

Também irá assistir cenas de filmes nos quais atuou como roteirista ou ator, casos de  São Bernardo e O Padre e a moça.

Em um dos ambientes, uma instalação reproduz a cela em que Lago foi preso nove vezes por conta de suas convicções políticas.

A primeira foi em 1932, durante o governo de Getúlio Vargas.

Na ditadura militar, corria a lenda de que ele já deixava uma mala pronta para ir para a prisão.

Dez poemas de sua autoria foram musicados por artistas contemporâneos.

São exemplos Três coisas, interpretada por Lenine, Minha vida foi isso o tempo todo, por Arnaldo Antunes, e Tudo como antigamente, na voz de Roberto Frejat.

Mário Lago foi autor de frases célebres.

“Fiz um acordo de coexistência pacífica com o tempo.

Nem ele me persegue, nem eu fujo dele.

Quando deixarmos de ter esperança, é melhor apagar o arco-íris.”

Mais informações no site: www.mube.art.br   

Comente este artigo!

Modo de visualização:

Style Sitting

Fonts

Layouts

Direction

Template Widths

px  %

px  %