O singular Mário Lago
- Criado em Segunda, 23 Fevereiro 2015 19:26
- Escrito por Edgar Olimpio de Souza
- Acessos: 3286
Ele nasceu em família de músicos, foi vizinho do compositor Heitor Villa-Lobos, compôs o clássico (em parceria com Ataulfo Alves) Ai, que saudades da Amélia, cujos versos se eternizaram: “Amélia não tinha a menor vaidade / Amélia é que era mulher de verdade”.
Na televisão, entre outros trabalhos, interpretou o personagem Sebastião na novela Selva de Pedra (1972), fez a narração de O Bem Amado (1973) e encarnou o médico Molina em Barriga de Aluguel (1991).
O ator, escritor, poeta, compositor e militante comunista Mário Lago (1911-2002) foi um dos nomes fundamentais da cultura brasileira.
Por isso ganhou uma merecida e oportuna exposição, que resgata a sua obra e dimensiona sua importância.
Eu Lago Sou - Mário Lago um homem do século 20, que tem curadoria de Mário Lago Filho, ocupa o Mube - Museu Brasileiro da Escultura (Avenida Europa, 218, Jardins) de 26 de fevereiro a 22 de março, após passar pelo Rio de Janeiro, Brasília e Recife.
A mostra reúne imagens, frases e versos autobiográficos, cartazes, cenas de novelas e peças teatrais, manuscritos, capas de livros e discos, além de figuras e cenários da boemia carioca, amigos, família e troféus.
Em registro audiovisual, o ator Lima Duarte fala sobre a amizade e inicio da carreia ao lado de Mario Lago.
Outro registro mostra Roberto Carlos cantando Ai, que saudades da Amélia em dueto com o homenageado, no especial televisivo de 1991.
A exposição foi montada de modo que o visitante sinta que está sendo guiado pelo próprio artista, no papel de anfitrião.
Nesse passeio cronológico, que contextualiza os momentos pelos quais ele passou, é possível se deparar com episódios históricos.
Entre eles, a Segunda Guerra Mundial, retratada por caricatura de J Carlos, e o Golpe Militar de 1964.
O público ouvirá trechos de programas de rádio das décadas de 1940 e 1950 e verá imagens da novela Dancing Days e das séries O tempo e o vento e Hilda Furacão.
Também irá assistir cenas de filmes nos quais atuou como roteirista ou ator, casos de São Bernardo e O Padre e a moça.
Em um dos ambientes, uma instalação reproduz a cela em que Lago foi preso nove vezes por conta de suas convicções políticas.
A primeira foi em 1932, durante o governo de Getúlio Vargas.
Na ditadura militar, corria a lenda de que ele já deixava uma mala pronta para ir para a prisão.
Dez poemas de sua autoria foram musicados por artistas contemporâneos.
São exemplos Três coisas, interpretada por Lenine, Minha vida foi isso o tempo todo, por Arnaldo Antunes, e Tudo como antigamente, na voz de Roberto Frejat.
Mário Lago foi autor de frases célebres.
“Fiz um acordo de coexistência pacífica com o tempo.
Nem ele me persegue, nem eu fujo dele.
Quando deixarmos de ter esperança, é melhor apagar o arco-íris.”
Mais informações no site: www.mube.art.br
Baú
- ► 2020 (1)
- ► 2019 (1)
- ► 2016 (8)
- ► 2015 (28)
- ► 2014 (25)
- ► 2013 (40)
- ► 2012 (49)
- ► 2011 (48)
Visitação
Usuários Online
Temos 22 visitantes e Nenhum membro online